1 RELATO DA
VIVÊNCIA DA PRÁTICA DE ESTÁGIO COM FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O projeto de estágio IV em
Ambientes não Escolar “Just in Time: um conceito inovador na gestão de estoques”, visa
abordar a gestão de estoques como algo
inovador, renovador, com redução de
custos para a empresa garantindo ao mesmo tempo qualidade e eficiência na
entrega do produto, bem como a satisfação do cliente.
O estágio é uma exigência da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei n.º 9394/96), sendo
necessária a formação do profissional a fim de adequar essa formação às expectativas do mercado de
trabalho, visando a fortalecer a relação teórica e prática, baseada no
princípio metodológico de que o desenvolvimento profissional consiste em
utilizar conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica, quer na vida
profissional e pessoal.
A prática deste estagio, em
ambientes não escolar, proporcionou momentos de reflexão de nossas vivências,
propondo uma (re)construção para constatar os equívocos e avanços apontados na
práxis empresarial. Segundo Paulo Freire (1996), “é pensando criticamente a
prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a próxima prática.
Nossa prática IV, em Ambientes não Escolar, foi realizada na
Empresa Funilaria
Alto Uruguai LtdaA Empresa foi fundada em 01 de junho de 2009,
através de uma conversa em família, onde os dois sócios manifestaram o desejo e o sonho de
montarem seu próprio negócio.
Muitos desafios e
dificuldades foram enfrentadas, ainda mais em um mercado de trabalho
competitivo. Nome, empresa e trabalho desconhecido os sócios também enfrentaram
dificuldades em fazer financiamentos para o investimento em máquinas e materiais
de uso diário na empresa, mas aos poucos foram conquistando seu espaço e hoje a
empresa conta com 6 funcionários dentre eles os dois sócios proprietários que
trabalham em um regime de 44 horas semanais, na produção, concertos e
instalação de calhas, algerosas, coifas, tubulação de ar, canos para fogão,
exaustores eólicos. Os móveis e equipamentos são todos adequados para atender
as necessidades e demanda de pedidos e serviços solicitados. A produção dos produtos
oferecidos é feita de acordo com pedidos solicitados e vendidos.
O nível de formação
educacional dos sócios proprietários e funcionários
é do nível ensino médio.
A difusão da qualidade em
todos os setores: Produção, materiais, Administração, resultam em sucesso para
todos. E para que isso ocorra, constantes treinamentos são proporcionados pela
empresa.
Esta é a Funilaria
Alto Uruguai Ltda, uma empresa nova mas sólida, que busca a satisfação de seus
clientes e o desenvolvimento de seus funcionários.
Como futuras pedagogas, percebemos que um trabalho
nesta área e com este significado é de real importância uma vez que, nesta empresa, nunca foi desenvolvido um projeto
pedagógico, com objetivo de formar indivíduos, finalidade esta que foi alcançada quando o processo de abordagem e planejamento foi criado como uma
prática que sublime a participação e a democracia, onde todos os envolvidos
podem participar e refletir sobre suas ações
preservando a liberdade e a riqueza dos participantes do grupo.
As relações entre educação e trabalho estão cada
vez mais presentes, tornando-se algo de investigação, para se compreender o
lugar e papel da educação na empresa, percebendo como a empresa educa o
trabalhador. Fica evidente que um trabalho pedagógico na empresa tem início a
partir das necessidades da empresa que
tem como objetivo a educação técnica do trabalhador.
Como afirma Kunzer (1999, p.47):
Assim há uma pedagogia para
ensinar a teoria e uma pedagogia para ensinar o conteúdo do trabalho ao
trabalhador, como uma forma separada da educação como um todo.
Para que não ocorra uma fragmentação no processo de
ensino do trabalhador são necessárias práticas especificamente pedagógicas na
empresa, em virtude de se poder ensinar não só o que é absolutamente necessário,
que é definido, evidentemente, pelo processo produtivo da empresa, estas devem
ser voltadas para o ensino da tarefa que se dá durante o trabalho diário, numa
prática que se processa na distribuição interna de saberes.
Assim Gangin (1983, p.220), nos afirma que “é
necessário uma descrição da realidade (o que estamos fazendo), mas o essencial
é o julgamento desta realidade, na
comparação com aquilo que queríamos que
fosse”.
Neste sentido o planejamento de um projeto pedagógico na
empresa irá nos auxiliar, pois partindo da necessidade tanto da empresa como
dos funcionários, busca-se desenvolver
um trabalho que seja satisfatório para ambos os lados, sempre na busca de novos
caminhos para se chegar a uma solução.
Realizamos esta prática no
período vespertino, no período de (09) nove a (13) treze de setembro de 2013, onde buscamos alcançar nossos objetivos após termos sidos convidadas pelos sócios proprietários a realizar este trabalho, por
ser uma empresa nova, que busca novos conhecimentos e novos caminhos para alcançar objetivos maiores.
Com este convite, nos
sentimos desafiados a desenvolver o projeto que além de nos aproximar de uma nova realidade educativa
coloca-nos como fio condutor para
abordagem do Just in Time
(JIT) como um eficiente sistema de administração da produção que determina que
nada deve ser produzido ou transportado ou até mesmo comprado antes do tempo,
uma vez que busca reduzir estoques e consequentemente redução nos custos da
empresa.
Nos
últimos tempos tem-se observado que as empresas estão cada vez mais
competitivas e com isso estão buscando alternativas para a redução de custos
sem prejudicar a satisfação e a perda do cliente e a gestão de estoques passa a
ser primordial nesse contexto, uma vez que busca reduzir custos desnecessários
por falta de planejamento e organização.
Em
micro-empresas, para Ching (2008), manter estoques tem seus riscos. Segundo o
autor, para as empresas é complicado saber a quantidade a ser comprada, uma vez que não
se tem certeza do que os clientes podem solicitar e por outro lado, para
complicar ainda mais, não é possível prever com exatidão, em certos casos, a
entrega da matéria-prima para assim dar início a produção e abastecer os
estoques.
Os
estoques, no geral, como cita Moura (2004), camuflam os problemas de produção.
Nesse sentido, os produtos devem ser projetados com a preocupação de serem
produzidos facilmente, por isso que tanto a manutenção precisa ser aperfeiçoada
para que as máquinas não parem ou deixem até mesmo de produzir a mercadoria,
como também o tempo de troca e ajuste das peças ou ferramentas necessita ser
diminuído.
Nessa intervenção
foram utilizado materiais disponíveis na empresa e com isso contribuindo
para a construção do conhecimento de forma prazerosa, onde o grupo constrói sentidos, interage vivencia, experiências e
compreende a realidade que o cerca.
Desta forma, e considerando a enorme carência em
relação à novos conhecimentos é que
passamos a desenvolver as atividades
conforme solicitação da empresa e com o apoio do sócio gerente na organização
do espaço na instalação de TV, DVD,
organizando mesas e cadeiras para
ser trabalhadas as atividades propostas, beneficiando desta
forma a todos os envolvidos.
O trabalho foi desenvolvido
a partir da socialização e integração entre os participantes, dinâmica
quebra-gelo. A atividade desenvolveu o entendimento que o trabalho em conjunto é o fator
primordial para que o sucesso seja garantido. Apresentação de vídeo Just in
Time, a
gestão de estoque como indispensável para as empresas que desejam manter-se no
mercado competitivo. Tempestades de idéias onde os participantes tiveram a oportunidade de relatar o que aprenderam e o
que podem fazer para melhorar o sistema de gestão de estoque e produção. E a elaboração de um fluxograma com objetivos e
técnicas para o gerenciamento da gestão de estoque a serem seguidas para
implantação do sistema Just in Time. Abordagem da importância do
planejamento de um projeto pedagógico, embora o planejamento parta da realidade
e seja dirigido pelas necessidades da empresa, não pode estabelecer nenhum
princípio de dominação, apenas deve orientar o processo. tornando clara e precisa a ação de organizar o que
fazemos, de sintonizar ideias , com o objetivo de tornar uma ação mais
eficiente.
Menegolla (2001, p.35),
propõe que “planejar é tomar decisões, mas essas decisões não são infalíveis. O
planejamento sempre está em processo, portanto em evolução e readaptação”.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Neste curto espaço de tempo em que atuamos na Funilaria
Alto Uruguai Ltda podemos nos alimentar de uma vivência que, no meu caso específico,
não conhecia: a vida como pedagoga em ambiente não escolar.
Termos este
privilégio é como um laboratório a um químico, não basta à teoria, mas a
prática e o conhecimento in loco.
Acreditamos ter atingido nossos objetivos com êxito apesar das inquietações, discussões e questionamentos
enquanto estagiários, na busca de
colaborar e melhorar a qualidade do sistema de trabalho na empresa e oportunizar também aos funcionários maior conhecimento.
Percebemos e entendemos em um sentido mais amplo
que o planejar é um processo que “visa a dar respostas a um problema
estabelecido fins e meios que apontem para sua superação, de modo a atingir
objetivos antes previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro”. Mas
considerando as condições do presente, as experiências do passado, os aspectos
contextuais e os pressupostos filosóficos, cultural, econômico e político de
quem planeja e com quem se planeja.
Menegolla (2001, p. 24), explica que: “o
planejamento é o instrumento básico de todo o processo educativo, que nos pode
indicar as direções a seguir, contudo, este planejamento deve partir da
realidade radical que é o homem e o seu viver”.
Neste estágio IV, acreditamos que foi possível uma
aproximação entre o planejar e o aplicar, pois nos possibilitou a aproximação
entre as teorias curriculares e a prática pedagógica administrativa em um
ambiente totalmente inovador e desafiador, ou seja, dentro de uma “empresa”.
Contudo, acreditamos que contribuímos e muito com o
desenvolvimento do projeto “Just in
Time: um
conceito inovador na gestão de estoques”, uma vez que nos
possibilitou, dentro da empresa, realizar um trabalho pedagógico ativo,
de maneira coletiva e solidária, interdisciplinar e investigativa,
possibilitando dessa forma os saberes educacionais a partir das questões
vividas na prática educativa.
BIBLIOGRAFIAS
ALBIGENOS
e MILITÃO, Rose. S.O. Dinamicas de Grupo.
7.ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003.
CHING,
Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia
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Gandin, Danilo. Planejamentos com Práticas Educativas. São Paulo: Loyola, 1983
KUENZER, Acácia. Pedagogia
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São Paulo: Cortez, 1989.
MENEGOLLA,
Maximiliano. Porque planejar? Como
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MOURA,
Cássia. Gestão de Estoques: ação e
monitoramento na cadeia de logística integrada. Rio de Janeiro: Ciência
Moderna, 2004.
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